domingo, 28 de fevereiro de 2010

É como tentar recuperar o tempo perdido.
Não há como.
É tempo, como o tempo que não veio ainda. Inatingível, inalcançável. Em algum lugar dos planos. Em algum espaço perdido no próprio tempo. Em sua própria curva. Em minha memória. Na lista de memórias que não me deixam esquecer os tropeços.
Correr atrás da máquina. A máquina implacável.
Quem sabe assim, agora, em um presente presente, não passado, tudo seja diferente.
Só existe o agora.
E positivamente confabulando, acredito que posso fazer um passado diferente, todo dia.
Mesmo que meu esporte favorito ainda seja enganar a mim mesmo.
E 'mim' acredita sempre.
Acredita em todas as bobagens criadas em nome do ficar bem.
Mais uma máscara, um sorriso amarelo.
Tapa ardido nas costas.
De mim mesmo.
Uma pastilha de hipocrisia e um gole de insensatez num copo de vidro grosso.
Fosco de medo.
É como querer mudar o que passou.
O que fui.
O que serei.
Sem nem saber o que sou.
Somos.
Parar o tempo.
E vejo que é sempre a saudade e o tempo que escapa dos bolsos furados.
Eu falando com o tempo, como se isso me tornasse alguém melhor.
Pra mim mesmo.
MIM.
É como parar no tempo e assistir, como algo material que se desfaz por conta própria. Por desleixo.
O mal do milênio que amarela os dentes por falta de escovação.

E nessas horas, nem mesmo um abraço quente me faz sentido.
São só abraços.
É só o sono.
Amanhã vai ser melhor.
E amanhã eu crio um passado diferente.
Só existe o agora e agora, mim quer só dormir.
Em nome do ficar bem.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Nada a declarar.